segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Com afeto.

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Ele tem um jeito de me mover a ponto de eu não saber para que lado pender por medo mais de outro do que dele mesmo. Ele tem esse jeito inofensivo de cachorro depois da chuva que me faz não ter medo de uma apoximação, mas que ao mesmo tempo me constrói labirintos no cérebro e nuves nas poucas certezas.

Ele tem esse jeito de me fazer saber que, mesmo não sendo total culpa dele, vai ser igual. Ele vai me surpreender com todos os seus ares e vai me fazer acreditar, talvez sem querer, que dessa vez vai dar certo. Mas então vai ser impossível e nos conteremos no começo para parecermos adultos sensatos, mas em poucos meses fracassaremos e faremos promessas que eu, pelo menos, saberei sempre que não vou conseguir cumprir e saberei disso desde o começo, desde o nascimento dessas promessas.

Não será culpa dele, mas por algum tempo eu vou pensar que toda a frieza e distância e o jeito de homem que não liga é tudo o que eu quero para a vida e vou me sentir feliz enquanto achar que vai ser para sempre. E então que as pessoas mudam e ele não é de ferro, por mais que pareça ser, e vai mudar também, vai deixar de se aproximar da perfeição para começar a me irritar com todas as suas tentativas de agrado.

Eu sei, eu sempre sei que é assim e que minha insatisfação não tem nada a ver nem com ele e nem com qualquer outra pessoa além de mim, mas me cabe às vezes acreditar, por alguns poucos minutos, numa chance. Eu posso ferver por alguns meses e me permitir uma leve empolgação. Tudo bem trocar algumas palavras e deixá-lo perceber que eu quero/quis e penso nele, claro, mas agora não. Agora temos outros planos, eu e ele, e eu não acredito mais nessas coisas de amar bonito e para sempre.

Mina Vieira.

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