segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Verdades sobre o amor.
20:29 |
Postado por
Mina Vieira |
Editar postagem
.
O amor foi feito para passar na TV, foi feito para filmes da Meg Ryan, da Lindsay Lohan, da Hilary Duff e da Mandy Moore. O amor foi feito para o Bryan Adams ter algo para cantar sobre. O amor foi feito para vender CDs e filmes, o amor foi feito para ganhar dinheiro. O amor foi feito para que as fábricas de chocolate pudessem lucrar, por que o que seria dos chocolates sem as dores de amor? O amor foi feito para vender lenços de papel e papel higiênico. Diariamente, metros e mais metros. O amor foi feito para lotar os salões de beleza, para povoar as passarelas de moda, para patrocinar o surgimento de uma nova loja de roupas a cada minuto. O amor foi feito para que os psicológos fossem levados a sério, para que os psiquiatras deixassem de ser temidos, para que os antidepressivos se popularizassem, para que a fluoxetina ganhasse o mundo. O amor foi feito para justificar a Guerra do Vietnã e para perdoar a existência de certos países. O amor foi feito para disfarçar os males mais perigosos do mundo, para distrair as pessoas enquanto o mundo cai em ruína, para entreter enquanto a desgraça desce à Terra. O amor foi feito, também, para vender vodka. Para vender vodka, whisky, tequila, vinho branco, vinho tinto, vinho seco, champagne, álcool etílico, acetona, éter, maconha, heroína e LSD. O amor patrocina um assustador mercado de produtos ilícitos, o amor paga a sua morte. O amor foi feito para que as velas não sumissem do mapa, para que alguém ainda pensasse em comprá-las para acender para um santo mergulhado num copo d'água ou para um demônio de carne e osso que foi convidado para jantar. O amor foi feito para banalizar o sexo, para que as mais chocantes bizarrices fossem permitidas e aceitas. In the name of love. O amor foi feito para porcos, cabras, cavalos, cachorros, gatos e enguias. O amor foi feito para você com eles e para as cordas, os chicotes, as algemas, os separadores de perna, as coleiras e as mordaças. O amor foi feito para te permitir guardar essas coisas na gaveta e ter uma masmorra em casa. O amor foi feito para que se possa ter sexo diariamente, para que se possa amar demais, morrer de AIDS e tornar-se eterno. O amor foi feito para ser rico e mortal. O amor foi feito para Estocolmo e suicídios, foi feito para ajudar na venda de lâminas afiadíssimas e para explicar o destino dos bisturis roubados. O amor foi feito para viciar em morfina, para desequilibrar os estoques dos hospitais e para que os médicos se arrastassem pelos corredores. O amor foi feito para vender analgésicos coloridos, doces, amargos, de todos os tamanhos, eficientes, placebo, de todos os tipos. O amor foi feito para que histórias sobre ele pudessem ser contadas. Histórias boas e ruins, declarações de amor ao amor, listas de todos os seus males, com finais tristes e felizes, com mortes no final ou no começo, com lições que dizem claramente que o amor não é bom. O amor foi feito para ser assistido e para servir de inspiração para coleções. O amor foi feito para assustar o arco-íris e para destruir seu rendimento escolar. Para te fazer ser demitido, para te fazer ser advertido pelo chefe. O amor foi feito para te emburrecer, para te engordar, para te deixar careca e com a voz rouca. O amor foi feito para ser documentado no YouTube, o amor foi feito para fazer chover, o amor foi feito para vender cigarros. O amor foi feito para cuspir fumaça na sua cara diariamente, para te fazer morrer de câncer, para te fazer pensar que uma passadinha semanal num Drive-Thru do McDonald's é algo ideal para se fazer com o namorado. O amor foi feito para perdoar a imundície e a frieza dos motéis, para fazer com que cada quarto de cada motel mais sujo do mundo esteja sempre cheio e barulhento, desprezivelmente barulhento. O amor foi feito para que se permitisse gemer animalescamente sem parecer um extraterreste, o amor foi feito para que se pudesse fingir, para que se pudesse lançar, diariamente, sua dose de falsidade e seu talento cênico nunca antes revelado. O amor foi feito para vender narizes de palhaço e pipoca de microondas. O amor foi feito para salvar o leite condensado, o chantilly, os morangos e as cerejas. O amor foi feito para os prostitutas e para os loucos. O amor foi feito para que elas, as prostitutas, se dignassem a conhecer a mais bonita das artes e salvassem vidas. O amor foi feito para abrigar os loucos. O amor foi feito para as rendas, a seda e o cetim. Para o espartilho, a cinta-liga e o salto 15. O amor foi feito para o vinil e o acrílico, para o couro e o algodão. O amor foi feito para despir a adoecer. O amor foi feito para perdoar a impotência, o mau hálito, a pobreza ou os cabelos brancos. O amor foi feito para ser capitalista, o amor foi feito para matar Che Guevara.
Mina Vieira.
O amor foi feito para passar na TV, foi feito para filmes da Meg Ryan, da Lindsay Lohan, da Hilary Duff e da Mandy Moore. O amor foi feito para o Bryan Adams ter algo para cantar sobre. O amor foi feito para vender CDs e filmes, o amor foi feito para ganhar dinheiro. O amor foi feito para que as fábricas de chocolate pudessem lucrar, por que o que seria dos chocolates sem as dores de amor? O amor foi feito para vender lenços de papel e papel higiênico. Diariamente, metros e mais metros. O amor foi feito para lotar os salões de beleza, para povoar as passarelas de moda, para patrocinar o surgimento de uma nova loja de roupas a cada minuto. O amor foi feito para que os psicológos fossem levados a sério, para que os psiquiatras deixassem de ser temidos, para que os antidepressivos se popularizassem, para que a fluoxetina ganhasse o mundo. O amor foi feito para justificar a Guerra do Vietnã e para perdoar a existência de certos países. O amor foi feito para disfarçar os males mais perigosos do mundo, para distrair as pessoas enquanto o mundo cai em ruína, para entreter enquanto a desgraça desce à Terra. O amor foi feito, também, para vender vodka. Para vender vodka, whisky, tequila, vinho branco, vinho tinto, vinho seco, champagne, álcool etílico, acetona, éter, maconha, heroína e LSD. O amor patrocina um assustador mercado de produtos ilícitos, o amor paga a sua morte. O amor foi feito para que as velas não sumissem do mapa, para que alguém ainda pensasse em comprá-las para acender para um santo mergulhado num copo d'água ou para um demônio de carne e osso que foi convidado para jantar. O amor foi feito para banalizar o sexo, para que as mais chocantes bizarrices fossem permitidas e aceitas. In the name of love. O amor foi feito para porcos, cabras, cavalos, cachorros, gatos e enguias. O amor foi feito para você com eles e para as cordas, os chicotes, as algemas, os separadores de perna, as coleiras e as mordaças. O amor foi feito para te permitir guardar essas coisas na gaveta e ter uma masmorra em casa. O amor foi feito para que se possa ter sexo diariamente, para que se possa amar demais, morrer de AIDS e tornar-se eterno. O amor foi feito para ser rico e mortal. O amor foi feito para Estocolmo e suicídios, foi feito para ajudar na venda de lâminas afiadíssimas e para explicar o destino dos bisturis roubados. O amor foi feito para viciar em morfina, para desequilibrar os estoques dos hospitais e para que os médicos se arrastassem pelos corredores. O amor foi feito para vender analgésicos coloridos, doces, amargos, de todos os tamanhos, eficientes, placebo, de todos os tipos. O amor foi feito para que histórias sobre ele pudessem ser contadas. Histórias boas e ruins, declarações de amor ao amor, listas de todos os seus males, com finais tristes e felizes, com mortes no final ou no começo, com lições que dizem claramente que o amor não é bom. O amor foi feito para ser assistido e para servir de inspiração para coleções. O amor foi feito para assustar o arco-íris e para destruir seu rendimento escolar. Para te fazer ser demitido, para te fazer ser advertido pelo chefe. O amor foi feito para te emburrecer, para te engordar, para te deixar careca e com a voz rouca. O amor foi feito para ser documentado no YouTube, o amor foi feito para fazer chover, o amor foi feito para vender cigarros. O amor foi feito para cuspir fumaça na sua cara diariamente, para te fazer morrer de câncer, para te fazer pensar que uma passadinha semanal num Drive-Thru do McDonald's é algo ideal para se fazer com o namorado. O amor foi feito para perdoar a imundície e a frieza dos motéis, para fazer com que cada quarto de cada motel mais sujo do mundo esteja sempre cheio e barulhento, desprezivelmente barulhento. O amor foi feito para que se permitisse gemer animalescamente sem parecer um extraterreste, o amor foi feito para que se pudesse fingir, para que se pudesse lançar, diariamente, sua dose de falsidade e seu talento cênico nunca antes revelado. O amor foi feito para vender narizes de palhaço e pipoca de microondas. O amor foi feito para salvar o leite condensado, o chantilly, os morangos e as cerejas. O amor foi feito para os prostitutas e para os loucos. O amor foi feito para que elas, as prostitutas, se dignassem a conhecer a mais bonita das artes e salvassem vidas. O amor foi feito para abrigar os loucos. O amor foi feito para as rendas, a seda e o cetim. Para o espartilho, a cinta-liga e o salto 15. O amor foi feito para o vinil e o acrílico, para o couro e o algodão. O amor foi feito para despir a adoecer. O amor foi feito para perdoar a impotência, o mau hálito, a pobreza ou os cabelos brancos. O amor foi feito para ser capitalista, o amor foi feito para matar Che Guevara.
Mina Vieira.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Seguidores
Arquivo do blog
-
▼
2010
(42)
-
▼
fevereiro
(31)
- Vou deixar a mala.
- Estupro.
- Metrópole.
- Denise.
- Motivo.
- Esclarecimento.
- Eu costumo empregar a palavra 'fabuloso'.
- T., que mais tarde revelou se chamar Tatiane.
- Com afeto.
- Nós, continuando a ser mulheres.
- Pedido.
- Nós, as mulheres.
- Super.
- O que eu faço de melhor.
- A coisa certa. (ou Como escapar de um relacionamen...
- Muito mais.
- Juízo Final.
- Verdades sobre o amor.
- Manual de instruções.
- Quando eu fui Clarice Lispector.
- Coisas que você pode dizer só de olhar pra ele (ou...
- Eu queria - parte 1.
- E não tem Pepsi-cola.
- Na cara.
- Formiga, a inversão.
- Edith Piaf Jr. (ou Internas)
- Meu tipo de pessoa.
- Eles. (ou Um Texto a Raulzito e Timothy Leary)
- Não é tristeza, é só Khouri.
- Penso em coisas bobas.
- Mas não me saía da cabeça.
-
▼
fevereiro
(31)
0 comentários:
Postar um comentário