segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mas não me saía da cabeça.


E ninguém nunca vai dizer a última palavra sobre o amor. Todos continuarão sendo clichês, todos escreverão sobre isso repetidas vezes, todos se sentirão ridículos de vez em quando e todos tentarão evitar, mas nenhum escritor ou aspirante de escapará do destino voraz de todos nós: falar de amor. Todos os pintores e todos os cineastas, os poetas, os músicos. Todos competirão pra ver quem, no final do universo, terá dito a maior verdade sobre o amor. Aqui estou competindo de novo. Porque acredito no amor, porque sou uma grande fã de todas as suas nuances e todos os seus perigos e loucuras. Sou fã dos amores sombrios, aqueles vermelhos e negros que sempre são lembrados com pesar. Gosto dos amores leves que me ganham pela sua ingenuidade mas que pecam por serem superficiais na maioria das vezes. Acredito mesmo no amor. Naquilo de eu estar no Sri Lanka e você estar em Goiânia e eu chorar antes de dormir de vontade de te abraçar. Vou com John, Yoko, Gandhi, com todos que já quiseram salvar o mundo usando o amor como a maior das armas. Ele é poderoso. Um ser humano carregado de amor pode ser mais letal que a mais letal das armas. Acredito no amor que dizem ser o mais medíocre: o amor efêmero entre um homem e uma mulher ou dois homens ou duas mulheres. O amor que não envolve laços de sangue ou dever cívico. Porque eu amo você e não preciso amar você. Te amo de graça e posso ir embora quando eu quiser, mas não vou, mas grudo em você porque existe esse amor que dizem medíocre. E isso faz essa coisa ser poderosa: o fato de que não precisa ser assim, o fato de só ser porque assim o quero. Que importam desilusões ou desfeitas se sempre depois da mais brutal delas estamos prontos pra amar de novo? Aliás, gosto dos sofredores. Gosto de Frida, de Clarah, de Caio, de mim. Não gosto dos medrosos e dos distantes. Tenho pena dos que passam a vida toda evitando encontrar o amor seja por medo ou por preguiça. I just don't get them. Não sei como há gente capaz de se privar de todas as sensações deliciosas que vêm com o amor. O amor físico. Os corpos suados, os gritos e gemidos, os odores, os puxões de cabelo, as chupadas, as mordidas, os tapas, os dedos, as línguas, o espetáculo maravilhoso que é o sexo. As coisas se intensificam quando há amor nelas, com sexo é assim. Sexo pode ser bom com qualquer estranho, qualquer idiota, qualquer pessoa que nem chegue a ser excitante. Mas sexo com quem se ama é sempre mágico. O tesão do outro é sempre mais importante e é sempre o que mais nos excita. E isso é bonito demais... um ato tão egoísta quanto o sexo se tornar altruísta em tantos níveis diferentes só pode ser culpa do amor. Hoje acordei meio ridícula depois de uma eternidade com você.

Mina Vieira.

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