segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Manual de instruções.
20:24 |
Postado por
Mina Vieira |
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Eu andei pensando nessas coisas de tentar uma segunda, uma terceira, uma septuagésima nona vez. Eu estava pensando, agora mesmo, nessas coisas de dar chances e descumprir promessas feitas a nós mesmos num dia qualquer de fossa. Aqueles dias, que podem ser de ressaca também, em que você jura que não vai fazer aquilo de novo, nunca mais. Mas parece que isso basta. Parece que isso é o necessário para que chances de se repetir o erro primordial apareçam bem na sua frente, só pra tentar.
E quando a gente se rende, a gente sabe que tá errado. E eu nunca dei a mínima para as coisas que eu sabia que eram erradas, mas acontece que há casos em que você coloca mais que a própria cabeça em risco. E quando você já fez a cabeça de outra pessoa rolar, o medo é dobrado. Talvez não por nobreza de alma ou coração, mas por puro medo de algum tipo de punição. Ou culpa, maybe. E na septuagésima nona vez, você já aprendeu o que vai acontecer. Você poderia narrar cada dia que precede a queda, cada passo que conduz à desgraça.
Mas e daí, né? E daí se às vezes parece que vale a pena, porque as pessoas têm uma puta de uma mania de achar que tudo vale a pena por alguns segundinhos de prazer absoluto, por algum nirvana efêmero e sintético. E as pessoas se acham fortes, as pessoas se acham capazes de sentir a dor mais aguda e sobreviver, intactas. Pois sobrevivem, claro que sobrevivem. Ninguém nunca morreu de dor de amor sem a ajudinha de balas na cabeça ou cortes no pulso. As pessoas continuam vivas, mas como? Menos inteiras, menos uniformes, menos equilibradas. Mais bonitas, às vezes. Porque tem gente que se recupera e se torna mais bonito que qualquer uma das coisas mais bonitas que você já viu na vida. Como eu, da primeira vez. Como eu que no ápice dos meus 13 ou 14 ou 15 anos tive meu pobre coraçãozinho dividido em um milhão de pedacinhos. Sobrevivi e here I am, podendo dar aulas sobre como tudo acontece.
E não que isso seja grande novidade pra qualquer um que um dia for ler isso aqui, mas é que... Enfim, pointless. Mas eu escrevo mesmo assim, pra ajudar as pessoas que um dia forem escrever coisas a meu respeito, boas ou ruins. E eu penso também que ninguém decide se apaixonar pra destruir a vida da outra pessoa. Ninguém acorda e decide que vai conquistar um garotinho tímido qualquer e depois ir embora pra sempre e deixá-lo pra morrer. Nanão, né assim que a coisa funciona. As pessoas se apaixonam e se unem a outras pessoas na intenção de fazer a coisa funcionar, de fazer dar certo. Por que, se não for assim, como vai ser? O problema é que é difícil fazer funcionar. O problema é que nós todos prometemos coisas querendo cumprir, claro, mas depois fica difícil e promessas incumpridas são brutais, porque enchem a gente de vontade. O problema, o maior de todos os problemas é que eu nunca consegui.
E tendo essa certeza, a certeza de nunca antes ter conseguido, eu gostaria de avisar todas as pessoas que tentarem coisas comigo. E eu digo que nunca consegui não porque todos os relacionamentos terminaram de maneira trágica. Se fosse assim, eu pensaria que um relacionamento só dá certo quando dura pra sempre e não é isso que eu penso. Eu penso que dar certo é agir de forma leve, tratar o outro com leveza e cuidado e o máximo de delicadeza possível. E entender quando a coisa começar a afundar. Entender que talvez o outro não seja um monstro e essas coisas assim, pra que depois não haja ódio por todos os lados.
Mina Vieira.
E quando a gente se rende, a gente sabe que tá errado. E eu nunca dei a mínima para as coisas que eu sabia que eram erradas, mas acontece que há casos em que você coloca mais que a própria cabeça em risco. E quando você já fez a cabeça de outra pessoa rolar, o medo é dobrado. Talvez não por nobreza de alma ou coração, mas por puro medo de algum tipo de punição. Ou culpa, maybe. E na septuagésima nona vez, você já aprendeu o que vai acontecer. Você poderia narrar cada dia que precede a queda, cada passo que conduz à desgraça.
Mas e daí, né? E daí se às vezes parece que vale a pena, porque as pessoas têm uma puta de uma mania de achar que tudo vale a pena por alguns segundinhos de prazer absoluto, por algum nirvana efêmero e sintético. E as pessoas se acham fortes, as pessoas se acham capazes de sentir a dor mais aguda e sobreviver, intactas. Pois sobrevivem, claro que sobrevivem. Ninguém nunca morreu de dor de amor sem a ajudinha de balas na cabeça ou cortes no pulso. As pessoas continuam vivas, mas como? Menos inteiras, menos uniformes, menos equilibradas. Mais bonitas, às vezes. Porque tem gente que se recupera e se torna mais bonito que qualquer uma das coisas mais bonitas que você já viu na vida. Como eu, da primeira vez. Como eu que no ápice dos meus 13 ou 14 ou 15 anos tive meu pobre coraçãozinho dividido em um milhão de pedacinhos. Sobrevivi e here I am, podendo dar aulas sobre como tudo acontece.
E não que isso seja grande novidade pra qualquer um que um dia for ler isso aqui, mas é que... Enfim, pointless. Mas eu escrevo mesmo assim, pra ajudar as pessoas que um dia forem escrever coisas a meu respeito, boas ou ruins. E eu penso também que ninguém decide se apaixonar pra destruir a vida da outra pessoa. Ninguém acorda e decide que vai conquistar um garotinho tímido qualquer e depois ir embora pra sempre e deixá-lo pra morrer. Nanão, né assim que a coisa funciona. As pessoas se apaixonam e se unem a outras pessoas na intenção de fazer a coisa funcionar, de fazer dar certo. Por que, se não for assim, como vai ser? O problema é que é difícil fazer funcionar. O problema é que nós todos prometemos coisas querendo cumprir, claro, mas depois fica difícil e promessas incumpridas são brutais, porque enchem a gente de vontade. O problema, o maior de todos os problemas é que eu nunca consegui.
E tendo essa certeza, a certeza de nunca antes ter conseguido, eu gostaria de avisar todas as pessoas que tentarem coisas comigo. E eu digo que nunca consegui não porque todos os relacionamentos terminaram de maneira trágica. Se fosse assim, eu pensaria que um relacionamento só dá certo quando dura pra sempre e não é isso que eu penso. Eu penso que dar certo é agir de forma leve, tratar o outro com leveza e cuidado e o máximo de delicadeza possível. E entender quando a coisa começar a afundar. Entender que talvez o outro não seja um monstro e essas coisas assim, pra que depois não haja ódio por todos os lados.
Mina Vieira.
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