segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Super.
20:56 |
Postado por
Mina Vieira |
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Você está estupidamente parado olhando para os olhos dela. Você umedece os lábios, às vezes, e os dois sabem que você implora. Você implora para que um beijo aconteça, para que ela se aproxime e destrua sua boca com alguma língua doce e afiada que não parece pertencer ao corpo inofensivo que você acha conhecer tão bem. Você nem implora para que seja um beijo, você se contentaria com um abraço, um aperto de mão, um olhar. E você se acha grande e forte o bastante para suportar todo o veneno que será inoculado em você. Você abre os braços para levar o tiro bem no meio do peito, para mostrar que ela pode até ser inevitavelmente o personagem principal da cena, mas que você tem tanto talento quanto ela. Você faz com que ela confie em você, porque ela te avisa. Ela diz que vai doer e diz que pode ir embora a qualquer momento, mas você faz questão de convencê-la de que isso é bobagem e que, mesmo que aconteça, não é uma coisa dessas que vai te matar.
Depois vocês ficam tão juntos quanto você queria. Vocês se tornam um e ela é a coisa que te dá forças, ela é o seu motivo, ela é tudo o que você é capaz de ter na vida. E não pode ser assim. Ela te mostrou as condições. Ela jogou limpo quando disse que era fêmea e que isso lhe dava permissão para ir embora, para ser transitória. Ela te pediu para não deixá-la ser importante pra você, ela queria algo leve, algo que não custasse a vida dos dois. Então ela diz que te ama, porque ela não mente. Mas... mas você começa a implorar. Você começa a afogar seus olhos, você segura as mãos dela com mais força e todo o discurso que ela havia preparado vai embora. Ela pensa em desculpas sutis e acolchoadas, mas não consegue. Mas... mas você é submisso demais. Mas você a queria por inteiro, enquanto ela podia te oferecer apenas um pedacinho de cada vez. Mas você pediu pra cair. Mas você entregou sua vida nas mãos de uma vilã, alguém de unhas tão afiadas que arranharia até a mais rígida das superfícies. Mas ela não pode estar com alguém assim.
E ela vai embora tão resplandecente quanto chegou. Ela vai pisando o asfalto com toda a segurança que lhe é exigida. Ela desaparece enquanto você fica sangrando, sangrando, sangrando e gritando por quê?. Ela não gosta da cena, é por isso que ela vai embora tão rápido. Ela corre apenas para não te ver definhando, para que você não veja que ela também chora. Ela vai embora porque esse é o seu papel.
Mina Vieira.
Depois vocês ficam tão juntos quanto você queria. Vocês se tornam um e ela é a coisa que te dá forças, ela é o seu motivo, ela é tudo o que você é capaz de ter na vida. E não pode ser assim. Ela te mostrou as condições. Ela jogou limpo quando disse que era fêmea e que isso lhe dava permissão para ir embora, para ser transitória. Ela te pediu para não deixá-la ser importante pra você, ela queria algo leve, algo que não custasse a vida dos dois. Então ela diz que te ama, porque ela não mente. Mas... mas você começa a implorar. Você começa a afogar seus olhos, você segura as mãos dela com mais força e todo o discurso que ela havia preparado vai embora. Ela pensa em desculpas sutis e acolchoadas, mas não consegue. Mas... mas você é submisso demais. Mas você a queria por inteiro, enquanto ela podia te oferecer apenas um pedacinho de cada vez. Mas você pediu pra cair. Mas você entregou sua vida nas mãos de uma vilã, alguém de unhas tão afiadas que arranharia até a mais rígida das superfícies. Mas ela não pode estar com alguém assim.
E ela vai embora tão resplandecente quanto chegou. Ela vai pisando o asfalto com toda a segurança que lhe é exigida. Ela desaparece enquanto você fica sangrando, sangrando, sangrando e gritando por quê?. Ela não gosta da cena, é por isso que ela vai embora tão rápido. Ela corre apenas para não te ver definhando, para que você não veja que ela também chora. Ela vai embora porque esse é o seu papel.
Mina Vieira.
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