segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Não é tristeza, é só Khouri.


Vendo Mutantes na TV, pensando em toda uma geração movida à bomba atômica e depois pensando na nossa geração pequena que nunca passou fome, fracassou no casamento ou presenciou alguma grande revolução. Pensando que amanhã é segunda-feira e que eu quero toda uma outra vida, novos ares, cabelo antigo, personalidade menos delicada, outra casa, outro corpo. Sentindo dores de cabeça e me arrependendo de ter comido aquele chocolate. Sem matéria prima pra criar, sem dinheiro, sem unhas feitas e com uma gata no cio. Daqui a pouco descambo a falar de amor, mas vou tentar evitar. Nada é importante. A gente vive se enganando assim, vive procurando um grande motivo, esperando um grande momento. Tudo ilusão. A maioria das coisas acaba não fazendo sentido algum e a gente continua por aí procurando algo que imite o vento ou um vulcão em erupção, a gente vive querendo que nossas vidas sejam como um momento de fúria da natureza. Eu sou daquelas pessoas naturalmente felizes, daquelas que sentem quase sempre uma alegria enorme quase que só por existir. Gosto de estar aqui, de me sentir feliz ouvindo música, de estar no meio de um monte de gente bonita e cheia de vida e às vezes gostar de uma ou duas pessoas. Mas a gente tem que passar, tem que morrer pra abrir espaço pro mundo receber gente nova. Não há maneira de ser eterno. Não adianta escrever livros, fazer filhos ou plantar árvores. Eles também vão passar e a gente nunca mais vai sentir aquelas pequenas felicidades de quando estava vivo. Nunca mais chupar laranja geladinha e essas outras coisas tolas e tão prazerosas.

Mina Vieira.

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